sexta-feira, 3 de setembro de 2010

"Black Death" (2010), de Christopher Smith

A Europa na Idade Média era uma parada: O cara não tomava banho (muitos até hoje), fornicava em condições insalubres, coçava a bunda comendo no meio de ratos e baratas e quando começava a cuspir sangue dizia que era castigo de Deus. Sabemos que a influência de nosso velho criador ainda é total na vida de muitos humanos do mundo high-tech, mas é no contexto da Inglaterra do século XIV que Christopher Smith (de Triangle) desenrola esta historieta sinistra, como se chamar o filme de a própria peste bulbônica já não fosse sinistro o suficiente.

Não conseguindo mais pensar em razões para Deus castigá-lo, um jovem monge resolve ter um caso amoroso com uma camponesa no auge da peste negra. Como todos estão fugindo da cidade, menos os ratos (RÁ), a moça foge para a floresta frisando que vai esperá-lo durante uma semana...para que eles finalmente possam viver felizes para sempre. Sentindo-se culpado com essas atitudes anticelibatárias, o rapaz permanece no mosteiro esperando um aviso divino, alguma razão para ele partir além muros, uma desculpa para encontrar a cabroxa sem achar que é só por pura sacanagem mesmo.

Eis que Boromir, antes de se juntar a Frodo, chega ao mosteiro com uns malencarados! Eles estão numa missão divina para encontrar um vilarejo que não é afetado pela doença, e para isso, precisam da ajuda de um monge que seja a última palavra no quesito credibilidade com Deus. E nós já sabemos quem eles vão levar, não sabemos? Entre ficar rezando e morrer pela peste ou ir embora com a possibilidade de comer alguém, qual opção você escolheria? Já é! Mesmo que essa história de vila sagrada fosse só um lero-lero para lhe levar de laranja numa viagem ao inferno. Hohoohohohohohoh <-- risada macabra.


Você, meu amigo Prof. de História, saiba que Black Death é um ótimo título para o set didático das aulas sobre a era e o pensamento medieval. Coloque-o na prateleira junto de As Bruxas de Salem (pós idade média, mas retrata bem a pedreira contra as práticas anticristãs), O Poço e o Pêndulo (dê uma chance ao do Stuart Gordon, de 1991) e O Nome da Rosa (clássico tarimbado nas sessões de sala de aula).


Boromir cria sua própria sociedade do anel mal lavado, bem mais realista e pestilenta!



SPOILER: Um aviso de spoiler contém coisas que eu não quero contar pra quem não viu o filme! Não leia, é sério. Tenho um amigo que lê esta parte mesmo sem ter visto o filme...e quem fica puto sou eu, não ele. Porra, Anderson, dá um tempo!

Ora vamos, nós sabemos que esse polvo medieval era muito exagerado e radical! Eles só estavam num vilarejo, recepcionados pela Camila Morgado e outras garotas todas se querendo, que não sabiam a letra do pai nosso. Se tivessem sido um pouco mais razoáveis, enfim... Acho que pior do que ter matado a própria amada, foi ouvir a explicação da Necromante: “Ela não estava morta, foram apenas dorgas, mano!” Hahaha.

2 comentários:

link do filme disse...

Black Death (2010)

http://www.megaupload.com/?d=K278N66N

em RMVB. LEGENDADO

Wally disse...

Gostei muito deste filme e entendi a mesma coisa que você. *spoiler* Ela morre no acidente de carro e vai para esse purgatório, onde sofre o castigo parecido com o de Sísifo. Muito bem realizada esta obra.