O cinema estava até o talo! Pessoas sentadas no chão, coisa que não via há muitos anos (nem sabia que isso ainda era possível). Jovens gritando e fazendo suas gracinhas, o cheiro de pipoca no ar e falhas na projeção - o filme sumia da tela e as luzes eram acessas em momentos aleatórios. Lembrou-me da época em que os cinemas não estavam alojados (obrigatoriamente) no interior de shoppings e ir ver um filme era um evento magnânimo. O mais impressionante é que esse caos todo foi a melhor coisa que aconteceu na sessão de "O Último Exorcismo"(2010).
O cartaz do estilo: "Melhor filme de terror de todos os tempo epic win ever!". Malditos cartazes, e olha que eu só o vi depois de ter assistido ao filme!
Sabe aquelas continuações que destroem tudo o que o 1º filme foi um dia? Pois é, The Last Exorcism consegue fazer isso num único filme. Porque a história é até boa:
Pastor tem sua fé abalada após ler num jornal a morte de um garoto por pessoas que tentavam exorcizá-lo. Hoje ele faz seus ritos porque aprendeu a evangelizar desde cedo e tem família pra cuidar, mas sem saber se realmente ainda acredita em Deus. Então, ele vai pregando a palavra em sua igreja e fazendo exorcismos – que não passam de um teatro de charlatanismo cujo objetivo é curar as pessoas, já que elas realmente acreditam que estão sob influencia de algum demônio. Para deixar para a posteridade que essas possessões demoníacas são apenas fruto de problemas psicológicos + crenças medievais da população, ele chama uma equipe para gravar seu próximo exorcismo (um cameraman e uma assistente). Sim, outro filme de câmera subjetiva...e cada vez mais eu percebo que a função desses filmes é apenas mostrar o quanto REC é bom!
É até bacana descobrir aos poucos os truques do pastor e a atuação da atriz em algumas partes, como as da calistenia demoníaca, alongamento extreme ou seja lá que porra for aquilo, sem efeitos especiais...mas acaba aí, e isso já e dar muito crédito a este misto superficial de O Exorcista (há uma leve impressão de putaria, que de tão leve chega a ser constrangedora) + O Exorcismo de Emily Rose (acho que usaram o mesmo celeiro) + A Bruxa de Blair ( ah, vai tomar no c*!).
De resto: O filme sacaneia geral com a nossa cara o tempo todo, que esperamos sempre por uma coisa realmente assustadora (e isso significa, que aconteça alguma coisa, qualquer coisa!) ou que ainda há esperança de que uma reviravolta salve tudo – insisti nisso até o momento em que o pastor Cotton Marcus tem a excelente idéia de visitar o rapaz que trabalha num Café na beira da estrada. Anote aí. É o momento em que você deve sair do cinema ou parar de assistir (já que infelizmente começou). Até o clichê de homem de Deus que se mete numa encrenca daquelas para recuperar a sua fé seria melhor do que sermos postos à prova num final inacreditável de tão ruim! O pior é que não acredito que tenham feito aquilo de pura sacanagem, mas sim, porque acharam que era um final dos bons mesmo!
Lembrei dos finais de "Em Busca do Cálice Sagrado" e "Dead or Alive". No filme do Monthy Phyton, os cavaleiros do rei Arthur são presos pela polícia, com direito a viatura e tudo, um absurdo e um dos mais hilários términos de filme porraloka que já vi. No outro, Dead or Alive é um filme de máfia japonesa até que no final... Takashi Miike (diretor) faz um duelo em que um cara tira uma BAZUCA (acho que do rabo) e o outro dá um HADOUKEN! Se você não viu esses filmes, não leia o que eu escrevi acima. \o/
É, depois de O Último Exorcismo, percebi que até para TROLLAR o próprio filme é preciso talento – coisa que essa produção só tem em ganhar dinheiro.
- Onde está seu Deus agora, Pastor?!- Na puta que te pariu! Sou mais o Bernie de "Um Morto Muito Louco"!
1 comentário:
gozei litros!
égua, é foda. eu adoro filmes de exorcismo. eu vi o trailer dessa porra e achei broxa.
Enviar um comentário