Durante um tempo, não lembro de ter visto um filme de alienígenas que me empolgou até o Distrito 9 (2009) – que deveria ter levado o Oscar. Antes dele, gostei do Altered (2006), que tem um bom enredo e um alien bem carniceiro. O último de ficção científica que me deparei e indico com polegar estendido é este "Splice" (2009) de Vincenzo Natali (o mesmo cara de "O Cubo"). Não se trata de alienígena, mas de uma nova espécie criada pelo homem - este eterno pândego inconsequente.
Um casal de cientistas bioquímicos consegue criar um novo ser através de um splicing (mistureba) de DNA’s de várias espécies: aves, répteis, mamíferos e etc. O bichinho vai muito bem, obrigado, e é capaz de produzir uma proteína supimpa para ser usada na indústria pecuária. “Nossa, imagina quantas doenças poderíamos curar e em quantas capas de revistas iríamos aparecer se criássemos um outro com DNA humano dessa vez, heim?” – idéia que surge na cabeça da mulher da relação. É claro que tal plano foi devidamente rechaçado pelo alto escalão da companhia científica, devido às pressões que poderiam sofrer da opinião pública, religiosa e a balbúrdia que ocorre com a descoberta de manipulação de DNA humano e pouco recheio no pastel.
Após ler o livro "As Moçoilas Gritam Ética", o cientista cede ao desejo da esposa, com a condição de gerar o embrião apenas para saber se eles são capazes de fazê-lo, tá beleza? Daí eles passarão o resto do filme que nem aqueles pedreiros que você contratou para uma obra na sua casa: competindo quem consegue fazer mais merda!
A premissa manjada de monstro criado pelo homem que foge do laboratório e sai matando todo mundo por aí cai cedo por terra. Logo o filme explora o drama da personagem de DREN, a criatura, que provavelmente sofrerá do mal que assola todos os únicos de uma espécie, os excluídos, como Rocky Dennis e o monstro de Frankenstein. No início, o filme lembra A Experiência (1995), aquele que pegam DNA alienígena e criam uma gostosa! Você pode pensar que se Natasha Henstridge, loira, alta, estrangeira, teve dificuldades para conseguir descabelar o palhaço no outro filme... o que será de Dren, com rabo, joelhos ao contrário e careca?! Pois é, mas há uma corrente filosófica que diz que "pornografia é igual informática: é preciso estar se atualizando sempre!" (Loro da Doca).
Os efeitos especiais são da melhor qualidade e os atores idem: Adrien Brody (de pianista raquítico que passa um filme inteiro se escondendo de nazistas até virar mercenário que enfrenta sem camisa o Predador), Sarah Polley (talentosa atriz/diretora relembrando horas de tensão como em Madrugada dos Mortos) e Delphine Chanéac (alterada geneticamente, sinistra, inocente e perigosa). E aí, afim de um drama-horror-science-fiction-erotic-triller? Vá de Splice! É um prato cheio para quem gosta dos filmes do David Cronenberg e Paul Verhoeven.
Eu heim, me erra bonito, tá!
6 comentários:
link do filme.
SPLICE (2009)
http://www.megaupload.com/?d=5REX42VH
RMVB. LEGENDADO
Eu posso ser chata e explicar o que é splicing direito? :p
hahaha,
por favor, hell. Na verdade eu esperava que o fizesse. Não deixe eu subverter termos técnicos para interações celulares impunemente. Prossiga, por favor...
=)
Então bora lá.
Os genes de todos os organismos vivos cujo DNA está separado do citoplasma por uma membrana (o tal do núcleo) apresentam uma propriedade meio curiosa: são lidos e depois "cortados" em regiões específicas para serem remontados depois. Esse corte-cola é o splicing. Esse processo é feito pra originar formas alternativas de uma mesma proteína, mas JAMAIS ocorre com pedaços de outras proteínas, muito menos de outros organismos.
O máximo que dá pra fazer é inserir um gene de uma espécie em uma bactéria ou numa outra espécie mais simples, mas salada de organismos inteiros não.
Hell Ribeiro, destruindo a graça de filmes de ficção científica since 2003.
Possas crer paulo, muito bossa esse filme. Ja viste o ultimo do jorge romero? "ilha dos morto" Enredo sem muita importancia, pouca carnificina... Muito bom (pro genero)srsr
ha senhorita HR.. Isso não muda nada.
Haha, ainda não vi a "ilha dos mortos". Depois de "terra dos mortos", não vi mais nenhum do jorge. Mas isso foi uma grata coincidência, eu estava tentado a vê-lo (a ilha) esses dias. É bom saber que estás vivo, little johnnie, meu velho. Um abraço =)
Gracias pelo comentários.
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