sexta-feira, 16 de setembro de 2005

A tale of two sisters, de Ji Woon Kim (2003)[Coréia do Sul]

Enquanto milhares de pessoas evacuavam a cidade tomados por uma força sinistra que os fazem se deslocar a determinados locais, todos ao mesmo tempo e na mesma época do ano - invadindo balneários que se tornam o reflexo do verdadeiro caos - eu me encontrava naquela tarde de julho reunido com algumas poucas pessoas, prestes a me deparar com “Janghwa, Hongryeon” (A Tale of Two Sisters), de Ji Woon Kim, produção de 2003, Coréia do Sul. Nossa, como às vezes eu sou um cara de sorte!

“Vão assustar a mãe, sul-coreanos filhos da p...!” – é o que dá vontade de soltar no meio da sala escura, ainda nos primeiros momentos do filme. Senta, que lá vem a história:

Duas irmãs, muito unidas, retornam para a casa do pai depois de passarem uns tempos fora. O pai, além de ser a cara do Fagner, é o que poderíamos chamar de “pai distante” e o relacionamento das duas com a madrasta não é nada bom. O clima fica bastante pesado, não só pelos confrontos entre a madrasta e as irmãzinhas (e a vista grossa do velho), mas também por que a casa é cheia de mistérios e barulhos estranhos, definitivamente um lugar onde ninguém gostaria de passar a noite. Quanto mais a história das garotinhas vai se desenrolando na película, mais enrolado fica o espectador. Eu fiquei emocionalmente envolvido com o drama de Soo-mi e Soo-yeon. O problema é estar envolvido com história das meninas e ao mesmo tempo ficar alerta com os silêncios e possíveis situações sinistras que possam nos surpreender. Estes filmes de terror asiáticos (não querendo generalizar, e depois desse é bom mesmo que não o façamos) geram uma grande expectativa da revelação da trama. Alguém (não sei quem, mas sempre tem) pode pensar somente no núcleo doméstico, um confronto familiar com algumas pitadas sobrenaturais, tipo :“Isso acontece nas melhores famílias e tem uns fantasminhas só para dar uns sustinhos”- mas depois da revelação (isso depois de ter pensando pelo menos numas 4 diferentes) posso dizer seguramente que isto não acontece nas melhores famílias, nem nas piores, nunca aconteceu, nunca vi...graças a deus! É, o caos que tomava conta dos balneários se instalava agora dentro de mim, e de quem sabe quantos ali naquela sala. O filme ainda é belo em muitos aspectos, com cenas de cores e imagens poéticas. Não sei se terá distribuição no Brasil, enfim, surgindo a oportunidade de assisti-lo, como eu tive, assista. Assista, antes que Hollywood faça a versão (ainda não fizeram?) - sim, esta moda ainda não acabou. Depois, durma sozinho(a) em casa.
SPOILER


[A PARTE AZUL DEVE SER LIDA POR DOIS TIPOS DE PESSOAS: 1)OS QUE JÁ VIRAM O FILME 2) OS QUE NÃO VIRAM MAS GOSTAM DE FICAR PUTOS. ENTÃO, NEM PRECISO FALAR QUE ABAIXO TEM COISAS QUE NÃO DEVEM SER DITAS PARA QUEM NÃO VIU. UMA BOA SAÍDA É: ASSISTA E VOLTE PARA LER, OU NÃO]

Parece que o diretor nos apresenta as duas irmãs para depois nos jogar numa trama onde nos perdemos a cada momento. Depois ele vai dando as respostas, até o encontro de Soo-mi com a madrasta – quando eu disse “Foda-se, agora sim, esses sul-coreanos são filhos da puta mesmo!”. No final, por um instante a madrasta verdadeira se redime, afinal, nem era ela que aterrorizava as meninas durante todo o filme. Mas a cena das lembranças de Soo-mi (de coloração sépia) dá motivos de sobra para Soo-yeon (que é uma gracinha) assombrá-la ad infinitum.
No meio da sessão, um amigo, que estava mais confuso que eu, revela: -Rapaz, eu vou embora. Por causa do horário e também porque este filme está muito porra loca!
Então, eu digo: -Não, cara, aguenta aí!
O tempo foi passando, e ele quebrando a cabeça, quando solta essa: - Então quer dizer que de três mulheres, só é uma?
Não estava nem próximo da revelação final. Até aquele momento, eu concentrado como estava, só havia pensado nisto: - ...(refletindo profundamente) rapaz, eu não sei...acho que é apenas uma irmã, que imagina a outra!
Pois é, e não é que o cara matou a charada. E olha que ele ia embora.

1 comentário:

Anónimo disse...

Pois é né!!O pai delas é a cara do Fagner mesmo,pensei que só eu tivesse pensado nessa doidice na hora!!Adorei o filme,o início é ótimo elas duas naquele trapiche,aí de repente aquela ventania..... eu o assisti bem antes, um amigo maluco meu, que sempre baixa os filmes mais malucos possíveis(você já assistiu "The Squid and the Whale, 2005"--->"A Lula e a Baleia"?É bonitinho)me disse antes do filme começar: "Preparada para dar um pulo?"KKkkkkkkk, muito louco mesmo, no meio do filme também me peguei fazendo essas mesmas indagações "idiotas",será que é só uma muier??Que merda de pai é esse??Essas coisas....Saudações!