sábado, 17 de setembro de 2005

O Clãs das Adagas Voadoras, Zhang Yimou (2004) [China/Hong Kong]

O Clã das Adagas Voadoras (Shi mian mai fu) é o segundo filme de Zhang Yimou do gênero Wuxia Pian – histórias baseadas em antigas lendas chinesas, numa época em que Isac Newton, Pascal e outros físicos ainda não tinham nascido. Antes que eu continue escrevendo qualquer bobagem que destrua toda a sociedade e cultura milenar de um povo, devo frisar que Zhang Yimou é o responsável por um dos melhores filmes que já vi em toda minha vida: Herói. Dizem as boas línguas que Tarantino se sentiu um merda ao ver Herói. Eu também me senti um merda. A beleza impressionante de Herói (visual e musical) também está presente no Clã. A fotografia, escolha das tonalidades de cores e a trilha é de agraciar os sentidos. Mas diferente de Herói (acaba sendo até uma covardia ficar comparando os dois, quem mandou fazer né?) o filme acaba se perdendo um pouco na sua “questão” mais sentimental, deixando as adagas, como sugere o título, voando por aí. Senta no chão, pega um chá de broto de bambu, que lá vem a história.

No ano de 800 e algumas quebradas, durante a Dinastia Tang – depois da Kisuco – o Clã das Adagas Voadoras é uma das mais temidas facções que se opõem ao governo. Leo e Jin, dois chefes de polícia, desconfiam que uma das novas moças da Casa da Luz Vermelha local é integrante do clã. Jin se passa por um cliente e conhece Mei (a cuja, filha do antigo líder), uma dançarina cega, que quando criança passava as férias com o Demolidor. Eles criam uma confusão para levá-la presa. Leo e Jin armam um plano: Jin invade a delegacia para libertá-la, ganhar sua confiança e acompanhá-la até a sede do Clã das Adagas Voadoras - onde pegaria o seu novo líder. Só que no caminho...”o amor é seu maior aliado e seu pior inimigo” (isso eu li num poster de divulgação do filme). Pois é, o sentimento bate forte e as coisas ficam complicadas.

O Clã tem efeitos especiais de encher os olhos mas em alguns momentos, depois da 25º adaga acompanhada pela câmera, temos a sensação de que novos clãs estão surgindo a todo momento: o clã das flechas voadoras, dos bambus voadores, dos pedaços de madeira afiados e voadores...

Enfim, é uma bela obra que continua mostrando que Zhang Yimou é um diretor dedicado e de estilo marcante. Tudo bem, mas desta vez eu me senti apenas quase um merda – é o preço de se fazer obras primas, jornalistas desocupados que não têm nada melhor para fazer costumam ser implacáveis. Assista em qualquer ordem: Herói (2002) e o Clã das Adagas Voadoras (2004), são ótimos de qualquer forma.

Porra, mas o Herói é... [e um turbilhão de elogios e palavras imaginárias continuaram para sempre em algum lugar da galáxia dizendo que Herói é foda]


Mei (Zhang Ziy). Curso aplicado com Matt Murdock e a cega de "A Vila"

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