sexta-feira, 16 de setembro de 2005

Cabin fever, de Eli Roth (2002)

Sábado, 9 horas da noite, você adentra a locadora de vídeo mais próxima da sua casa. Os lançamentos, além de não lhe agradarem, são mais caros. Por serem lançamentos? Sim. Por não lhe agradarem? Talvez. Talvez seja uma conspiração, onde a sua raiva é proporcional a grana que você gastou por ter assistido a filmes como “Os Esquecidos”, “O Jogo dos Espirítos”, “Mulher Gato” e por ai vai. O que foi? Gostou destes filmes? Não se preocupe, não sou um crítico cinematográfico de renome, portanto, a minha opinião é só mais uma, você não tem que se importar com ela. Na verdade, nem com a deles. Mulher Gato eu não vi ainda, logo, o comentário anterior foi puro preconceito mesmo.

Onde eu estava? Aí você mergulha nas seções de VHS antigos, quem sabe algum filme que ainda não viu ou que vale a pena ser revisto. Depois de abrir o quarto estojo, constatando que “mofo deu” em todos os filmes escolhidos além da falta de cuidado dos proprietários com aquele acervo, meio decepcionado, você começa a contar os passos em direção à prateleira de DVDs, quase todos lançamentos.

Passa a vista despretensiosamente, afinal, já estivera ali antes. Mais uma vez e seus olhos param na seguinte capa vermelha:

Já conhecia, tinha lido em algum lugar (texto de algum crítico, provavelmente). Estava aguardando a oportunidade de locá-lo para alguma reunião de amigos – é bem mais divertido. Não daria tempo de convocá-los àquela hora da noite. Se você sabia que estaria sozinho em casa naquela noite e mesmo assim levou “Cabin Fever” (com o título em português de “A Cabana do Inferno”)... se arrependerá amargamente de não ter companhia.

Não sei qual o seu caso, mas o meu não foi medo. Considerando que meus amigos nasceram no inicio dos anos 80, eu fiquei deveras triste de não lhes ter proporcionado o prazer de duas horas de bom filme inspirado nos clássicos de terror da década de nossa infância. Depois da saraivada de títulos, com os mesmos enredos e elementos manjados de horror, o diretor, Eli Roth, consegue contar uma história sinistra, impactante e “original”, mexendo com tudo isso, fazendo na verdade uma homenagem aos filmes que assistiu. Senta, que lá vem a história:

Após terminarem a faculdade, 5 cinco amigos resolvem passar uma semana numa cabana, na floresta, numa dessas cidades do interior dos estados unidos onde Jason ou Leather Face se sentiriam em casa. Eles são o casal de namorados Jeff e Marcy, a loirinha Karen, o inconseqüente Bert e o boa praça Paul. Seria um divertido fim de semana daqueles com direito a historinhas de terror ao redor da fogueira regado a marshmallow e marijuana se não aparecesse um cara com uma doença desconhecida que vai deteriorando toda a sua carne rapidamente. Daí, segue a paranóia de ser contaminado e referências a várias filmes, como Evil Dead, O Massacre da Serra Elétrica, O Enigma do Outro Mundo, A Balsa (episódio de Creepshow), além de outros que não devo ter visto. O resto, eu não vou contar mesmo. Bom filme, boa diversão, com direito até a sexo pré-apocalíptico e gente cuspindo sangue até o pulmão dizer chega, trilha bem feita de gelar e reviravolta de reflexão sobre a natureza humana – do que somos capazes de fazer.


Ah sim, tinha esquecido dos vizinhos grunges amigáveis

SPOILER

[A PARTE AZUL DEVE SER LIDA POR DOIS TIPOS DE PESSOAS: 1)OS QUE JÁ VIRAM O FILME 2) OS QUE NÃO VIRAM MAS GOSTAM DE FICAR PUTOS. ENTÃO, NEM PRECISO FALAR QUE ABAIXO TEM COISAS QUE NÃO DEVEM SER DITAS PARA QUEM NÃO VIU. UMA BOA SAÍDA É: ASSISTA E VOLTE PARA LER, OU NÃO]

O termo “Cabin Fever” (Febre da Cabana) aparece no filme O Iluminado de 1980 (Stanley Kubric, baseado no romance de Stephen King). Seria o um estranho mal que toma conta de pessoas em lugares isolados, no caso, vitima o escritor Jack Torrance (Jack Nicholson), que enlouquece, mata um homem e tenta matar sua família. O lugar seria o Hotel Overlook, onde ele passa a temporada para escrever um livro. No início eu achei que o diretor quis fazer um cruzamento: apesar do título ser uma doença psicológica, a febre da cabana, os personagens se deparam com uma doença física e hedionda – acho que baseada na bactéria que come carne (ganhou projeção na mídia em 1994 quando apareceram casos em Gloucertershire, Inglaterra). Mais tarde, eu tive o pensamento de que a transformação de Paul é realmente um dos pontos fortes do filme: o rapaz arrebenta a cara de um, enfia uma chave de fenda no tímpano de outro, trespassa um terceiro com uma lança, deixando o cara fincado no chão e espanca uma garota com uma pá até a morte - sua paixão platônica desde a 8 série. É, a Febre da Cabana realmente existe no filme de Eli Roth. Rider Strong, ator que faz o personagem, depois de inúmeras comédias adolescentes e séries do tipo “Malhação”, não me decepcionou desta vez. Obrigado Rider, eu já tinha perdido a esperança em você.

1 comentário:

Anónimo disse...

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