Acho que esta foi a única aventura de Suzuki nos quadrinhos. É pena que ele não tenha dado continuidade à saga de José Matheus Figueiredo Costa. Bem, deixo aqui para a posteridade e para que o próprio autor retome este seu lado cartunístico, bastante apreciado por mim – e outras facções toscas e vanguardistas.
domingo, 17 de dezembro de 2006
José Matheus Figueiredo Costa
Acho que esta foi a única aventura de Suzuki nos quadrinhos. É pena que ele não tenha dado continuidade à saga de José Matheus Figueiredo Costa. Bem, deixo aqui para a posteridade e para que o próprio autor retome este seu lado cartunístico, bastante apreciado por mim – e outras facções toscas e vanguardistas.
sexta-feira, 1 de dezembro de 2006
“Bem Vindo à Selva”, de Peter Berg (2003)
Beck (The Rock) é um simpático capanga pago para realizar cobranças e outros serviços que exijam intimidação e alguma força. Seu patrão resolve liberá-lo de uma dívida se ele realizar mais uma última missão: trazer de volta o seu filho Travis (o do patrão, não o dele). Um trabalho bico se Travis não fosse um aspirante a Indiana Jones metido em algum lugar no meio da floresta amazônica – BRAZIL. Pois é, isso mesmo! E é aí que os problemas começam em “Bem vindo à Selva”.
Well, me aterei apenas às partes mais absurdas e que alopram com maestria nossa terra quirida de meu deus. Você, como eu, deve achar que fazer um filme não é pra qualquer um, apesar de existirem aqueles que desperta o cineasta que existe em cada um de nós, por simples indignação mesmo. Se eu disser que vamos filmar no meu quintal com as plantas de minha mãe, entre espadas de são jorge, comigo ninguém pode e dizer que estamos na floresta amazônica nativa, você vai acreditar? Pois é, sem exageros, estaremos no mesmo nível que este filme de Peter Berg.
Se você não se espocar de rir da primeira tentativa de alguém falar em português no filme, não sei mais do que rirá. Minto, na verdade, teremos muitas oportunidades além desta. O primeiro impacto é o fato de não existirem brasileiros no Brasil. É sério, neste quesito, qualquer novela da globo, onde apareceram italianos, marroquinos, gregos e até alienígenas, todos simulados por atores nacionais, teve muito mais cuidado histórico-cultural que os realizadores deste filme.
De avião, Beck chega ao Brasil: uma suposta região de garimpo dominada pelo senhor Cristopher Walken, em mais um de seus ardilosos vilões. Adivinhem o nome do lugar: EL DORADO! (se não me falhe a memória, uma das trocentas expressões em espanholês encontradas na película).
Lá (quer dizer, “aqui), Travis tenta conquistar Mariana (Rosario Dawson), a única atriz que conseguiu dizer duas palavras em português - eu quase acreditei que ela visitou nosso país algum dia. O interessante é que só dá pra saber que eles estão no Brasil, por conta dos cartazes de cerveja (nacionais) no bar que ela toma conta. Quando Beck tenta capturar o rapaz, que não está disposto a voltar para casa fácil, e os dois se encontram pela primeira vez mata adentro...são atacados por BABUÍNOS excitados. Afinal de contas, todo mundo sabe que babuíno é um típico representante da fauna amazônica, apesar do resto do mundo insistir que são macacos da savana africana.
E entre uma confusão e outra, daquelas dignas da sessão da tarde, eles encontram um grupo de GUERRILHEIROS REBELDES. Contra o Governo Brasileiro? Lógico que não! Contra Cristopher Walken, o senhor todo poderoso que contribui para a pobreza geral da população local. Os guerrilheiros tailandeses, quer dizer, brasileiros, pensam que Beck é um dos homens do facínora. Daí eles resolvem espancar o cara com um misto de kung-fu, capoeira e samba, tudo ao mesmo tempo. Deu pra entender? Pois é, só vendo mesmo...
E ainda tem o motivo que fez o Indiana Travis a vir parar neste inferno verde: ele veio em busca de um artefato em ouro maciço de valor inestimável, EL GATO DO DIABO dos índios MARAJÓ!! Bem, quando se é de Belém, não é preciso ser um pesquisador para perceber que na caverna que abriga o tal gato há sinais mais próximos da cultura egípcia, ou até mesmo asteca do que qualquer coisa marajoara. É preciso reunir em peso os ceramistas da Vila de Icoaraci para uma sessão especial da película.
Por fim, as duas últimas coisas legais que lembro. No final do filme, o piloto do avião (que eu acho que é irlandês) ajuda o protagonista convocando uma manada de vacas com uma GAITA DE FOLE. Nada mais justo, aja vista que as gaitas de fole da Irlanda são usadas há séculos pelos peões da Ilha de Marajó no manejo dos búfalos – qualquer criança de 4 anos do Pará sabe disso.
Mas o melhor eu guardei para o final. Mariana, que também é militante de guerrilha, droga os dois personagens principais com frutas alucinógenas da região: KOMBOLOS. As frutas são usadas em dois momentos durante o filme. O mais incrível, é que além de causarem efeitos esquisitos e paralisarem seus comensais durante horas, os próprios kombolos se transmutam em frutas comuns para nós: no primeiro momento, os caras ficam grogues comendo biribás, e noutro, tombam ao doce sabor de graviolas. É claro que o tráfico de graviola é um grande flagelo que está destruindo as famílias dos poucos povos indígenas que ainda restam no país, mas enfim, hollywood não precisava ostentar nossos problemas para o mundo desta forma tão cruel.
Porra, dá pra falar mais alguma coisa desse filme?
E nesta terra de fofoqueiro, barraqueiro e polêmicas periódicas por qualquer coisa, TURISTAS já conseguiu o que queria... já começaram as importantes revoltas por aí. Recebi até um email com uma espécie de organização de boiocote ao filme! Será que os chineses fizeram protestos além de caírem na gargalhada com o cantonês sinistro em “Os Infiltrados”? Será que os tibetanos promoveram passeatas em direção aos mistérios da alma pelas besteiras em “O Rapto do Menino Dourado”? E a Europa inteira? Ficaram putos por suas mulheres serem putas e só existirem maníacos nos paises do leste, segundo “O Albergue”.
Realmente esse tal boicote vai ajudar muito a mudar qualquer imagem que tenham de nós lá fora. Principalmente de um lugar em que a tríade: governo + agências de turismo + imprensa o venderam durante anos como: carnaval, futebol e mulheres gostosas.
segunda-feira, 20 de novembro de 2006
terça-feira, 31 de outubro de 2006
Resumo dos Debates
Uma canção: "Stone the Crow" (Down)
domingo, 15 de outubro de 2006
quinta-feira, 21 de setembro de 2006
Não sei se foi ontem, ou anteontem, anteontonte, hoje mesmo, ou todos os dias, mas era mais fácil encontrar o evangelho escrito pela Maria Madalena que um canal da minha TV (sem cabo) que não estivesse falando do vídeo polemissíssimo da Cicarelli.
Eu tinha decidido mandar tomar no CU, sem mais nem menos, a primeira pessoa que me perguntasse sobre ele, mas enfim, não costumo xingar minha mãe – que leu isso em mais um jornal de MERDA.
Decidi também que não veria esta PORRA em hipótese alguma, pois já estou cansado destas paris hiltonices e voyerismo virtual desenfreado – e olha que eu cresci assistindo às aventuras de John Stagliano (Buttman) e sua trupe pelo mundo afora. Acontece que a internet, na sua rapidez em propagar besteiras e assuntos irrelevantes acabou me derrotando: 12 em cada 10 sites que eu entrava continha alguma coisa sobre a história e coisa e tal. O vídeo que eu vi foi praticamente um pop-up que surgiu na minha tela já com o play ligado.
Definitivamente eu não entendo, e não sei se isso acontece de forma mais aguda em nosso país, o significado da “polêmica” contida em diversos assuntos propagados nos meios de comunicação... e que os irmãos Galagher se FODAM antes que eu me esqueça! - este palavrão só está aqui porque o texto estava tempo demais sem palavrão algum. Os Galagher estão por serem uns PUTOS mesmo.
É desnecessário eu colocar aqui o link deste vídeo chocante, já que você também já deve ter visto e ficou aliviado de não estar no tempo da conexão a cavalo, quando teria esperado uma hora e meia para abrir o vídeo de uma apresentadora da MTV à milanesa sendo traçada em banho maria e cuja imagem mais visível e marcante é dela amassando o CACETE do namorado.
O namorado, esse tal de Malzonni (não perderei tempo procurando a grafia correta no google), está no olho polêmico do furacão polemizântico da polêmica porque simplesmente ficou de PAU DURO na rua (na praia). PORRA, desde que eu me entendo por gente, não há nada de polêmico em se ficar de PÊNIS ereto na rua, até mesmo porque isso deve acontecer comigo todo dia – e quem foi o PUTO que inventou essa expressão “desde que eu me entendo por gente”? Deve ter sido algum FILHO DA PUTA, ô expressãozinha mais nojenta!.
Vamos lá, se você encontrasse um vídeo meu na net, seria mais mais ou menos assim:
CENAS POLÊMICAS DE UM GRUNGE SE MASTURBANDO SOZINHO NA PRAIA, CLIQUE NA IMAGEM E VEJA AGORA:
Vamos falar sério agora, a mulher qué FUDÊ e faz isso dentro d’água numa praia e não quer que ninguém veja? Ora, vai se FUDÊ de novo, mermão! (literalmente). E vai saber se ela não queria realmente que ninguém visse – por que ela foi pra Espanha então, porque não veio aqui na praia de Outeiro mesmo? Sem falar nesse FUDIDO com a câmera. Pra mim um cara desse tem que ser currado, com tripla penetração anal, golden shower e facial humiliation! Ora vá filmar a FODA dos outros na CASA DO CARALHO!
--- COTA DE PALAVRÕES ESGOTADA ---
Aquele abraço em todos os amigos da imprensa e vão se FUDER (nossa, ainda me restara um).
Nota: Sinceramente, este texto foi bem mais polêmico que o vídeo da Cicarelli.
A questão é sobre o que Amarante fala para o carinha de microfone na mão. Afinal, uma hora ou outra, alguém tinha que dizer isso...
quarta-feira, 12 de julho de 2006
sexta-feira, 7 de julho de 2006
domingo, 2 de julho de 2006
Desenho em homenagem ao Anderson Araújo, único que viu esta cena e me contou. Ao menos estamos livres mais cedo dos vizinhos torcedores com seus foguetes, cornetas e pseudo patriotismo...por pelo menos uns 4 anos.
quinta-feira, 25 de maio de 2006
quarta-feira, 24 de maio de 2006
segunda-feira, 22 de maio de 2006
domingo, 7 de maio de 2006
quinta-feira, 4 de maio de 2006
Bozo Larápio
Uma canção, “Chuveiro" (Bozo) .
segunda-feira, 10 de abril de 2006
Æon Flux, de Karyn Kusama (2005)
Se fossem construir um monumento que representasse a inveja feminina, seria uma estátua da Charlize Theron, aquela que passou lixa Nº4 na cara e engordou uns 200 kg para fazer uma serial killer em “Monster”(2003) e depois apareceu já bonitona para receber o oscar pelo mesmo personagem. Senta, engole uma pílula para falar com uma entidade esquisita e ouve a história.
No ano de 2011, um vírus matou 99% da população mundial. Um cientista chamado Goodchild descobre a cura. Como sempre vai acontecer em novas civilizações, os detentores de algum tipo de poder assumem o governo. Então...o clã dos Goodchild já está no poder há 400 anos. Aparentemente, o que sobrou da humanidade vive numa única cidade, Bregna, um lugar monitorado e cercado por grossas paredes – que a separam do mundo lá fora, tomado agora por natureza desconhecida da pesada. Existe um grupo que se opõem ao governo, os Monicanos (Monicans)que estão prestes a dar o maior de seus saltos...matar o líder Goodchild da temporada.
Caso a leitura de “Bregna” tenha lhe lembrado a palavra “Brega” e “Monicanos” a palavra “Moicano”, você não será o único. Principalmente depois que percebemos que Bregna é um lugar onde as modelos do "Workshop San Pablo Fashion Week" podem passear com seus modelitos livremente; e que Aeon Flux (Charlize Theron), a monicana mais mortal da galáxia e imcubida de dar cabo de Goodchild, tem um corte de cabelo ertranho e que foi lambido por uma vaca geneticamente modificada, porque nem uma bomba de 500 megatons poderia abalar sua incomensurável estrutura.
O abertura do filme chega a empolgar para qualquer pessoa que tenha assistido a um único episódio do desenho – tem até a cena clássica da mosca sendo presa nos cílios de Aeon, simulando uma Venus Flytrap (Dionaea muscipula), não precisei procurar isso em livros, esta é a única planta carnívora que conheço mesmo. O que aconteceu com o mundo é contado em poucos minutos e sempre é interessante estes prováveis futuros catastróficos a que a humanidade está sujeita na mente de escritores. Mas depois...
Achei as cenas de ação e efeitos muito mal aproveitados. Os combates e peripécias de Aeon são confusos, muito aquém de qualquer outro filme de ação futurista em cartaz. Depois de um tempo, o filme se resume a esperar pelo final enquanto assistimos a pitadas de coisas estranhas que a tecnologia do ano 2411 pode proporcionar. Até as surpresas bizarras, como a agente Sithandra, com mãos implantadas no lugar dos pés, não chegam a impressionar mais que um frame de animação.
A 15.000 pés de altura, 350 km/h e um super gel de durepox no cabelo.
Bem, no final das contas, só resta admirar a beleza e o esforço de Charlize, que nunca deixa de ser feminina e graciosa até matando alguém ou fazendo acrobacias alá Homem Aranha.
Pois é, não achei Aeon Flux bacana não, mas em matéria de adaptação cinematográfica, Peter Chung está tento mais sorte que Allan Moore (alguém gostou da "Liga Extraordinária”?).
Aeon Flux dá para assistir enquanto uma daquelas chuvas de Belém desaba lá fora. Se você for uma mulher heterossexual que não gosta de filmes de ação em futuros hipotéticos e que se agonia quando eu arranho o garfo no fundo prato...melhor levar o guarda chuva.
Uma canção, “Mary Star of the sea” (Zwan).
segunda-feira, 3 de abril de 2006
Um filme com a Sandra Bullock e o Brendan Fraser e consegue ganhar o Oscar?! Eu tinha que ver isso! A Miss Simpatia e o Homem da Califórnia participam do legalzinho Crash. É legalzinho mesmo! E só! Não vamos muito além, porque se não os ativistas do movimento gay, que torciam pelo Segredo de Boukete Montain, vão cair de pau! (Ui!).
Rapaz, é muita discussão de preconceito e discriminação num filme só. É Branco, é preto, é "ticano", é "china", é islâmico. Está tudo lá. Menos os gays. Não que seja uma reclamação. Eu, sinceramente, entendi a onda da Academia. Já tinha o Brokeback e o Capote. Para que mais discussão sobre os rapazes alegres? Estratégia dos produtores e corte de gastos das produtoras, que por sinal é a mesma do Jogos Mortais, a Lions Gate Films (LGF). Quando começou o Crash até achei que apareceria o bonequinho do filme, dizendo: "Hello, Joe, I wanna play a game?".
Não vou me estender nas histórias, porque são muitas. E isso até depõe contra o filme. "Não se aprofunda em nada", já me disseram. Vale mesmo é que a trama mostra o que muita gente já sabe há séculos: o ser humano é uma merda mesmo! Mas, pode ser gente boa também. E pode ser um merda de novo, sucessivas vezes, até a morte. Crash mostra os discursos sendo desmontados com a realidade. Por exemplo, [se você for daltônico, afirmo que o trecho começa a ficar marrom agora] com o preto ladrão que se acha discriminado o tempo todo e defende sua raça não assaltando os brothers. Ele acaba se fodendo quando tenta roubar um carrão do diretor negro da TV. "Você é uma vergonha", diz o assaltado.
Lá na frente, o bandidinho furreca se redime salvando uns "chinas" que estavam sendo traficados por outro oriental.
Tem ainda a esposa Sandra Bullock do promotor Brendan Fraser que descobre a grande amiga na empregada doméstica latina. Quando a dondoca se espatifa caindo da escada, só consegue ajuda com a "ticana".
A "amiga" perua que poderia levá-la ao hospital estava numa sessão de massagem. E por aí seguem as lições de moral: policial-branco-racista que salva negra num carro em chamas; iraniano que tenta matar um latino, mas tem a alma salva do mármore do inferno pela filhinha do seu desafeto – a menina assusta todo mundo levando bala de festim na cabeça, disparada pelo sudito do Aiatolá komeini; o tira preto bem sucedido que está pouco se fodendo pro irmão igualmente preto mas desigualmente lascado.
Cara, é tanta gente sofrendo e cometendo discriminações explícitas que eu devo ter esquecido alguma coisa. Mas, ainda cabe mais nuanças no roteiro. Poderia ter a cantora lésbica que se apaixona pelo ator gay, que por sua vez, é terrorista da Al Qaeda, mas descobre que George W. Bush salvou seu tio-avô de um afogamento num barril de petróleo numa de suas viagens de negócio ao Iraque, e acaba entrando pros Hare Krishnas e casando com a cantora que a essa altura já havia esquecido sua amante, uma brasileria negra, nordestina, filha de japonês com alemão, que trabalhava no Pentágono. Ufa!
É um filme legalzinho, já disse. Mas, nada acontece nesta porra! Todas as situações de tensão são diluídas com alguma artimanha já prevista pelos roteristas e diretor. Quase que eu solto uma rojão dentro do cinema, quando a Sandra Bullock caiu da escada parecendo que ficaria tetraplégica, de tanto que não acontece nada. Pra ver: nem na queda não houve nada demais. A mulher aparece no hospital com a mesma cara de quem se salvou do ônibus do Velocidade Máxima! Porrrrra!!!
No fim o cara mais escroto da história é o policial bonzinho, rejeitador do comportamento racista do parceiro de viatura. Mais uma vez o discurso perde para realidade. O tira legal dá carona a um negão. Pára: achei isso estranhíssimo! Dar carona a qualquer hora é perigoso e incomun para caraleo, ainda mais na noite perigosa e fria de Los Angeles. E pior: aida mais para um rapaz... assim.. digamos... com jeito de quem infringiu repetidas vezes o Artigo 157 do Código Penal... (já vão dizer que estou sendo preconceituoso, mas eu não daria essa carona, nem que o diretor do filme me obrigasse!). Os dois no carro, conversa vai, conversa vem! O negro começa a rir! O branco se aborrece! O negro põe a mão no bolso e em seguida toma um peteleco no meio das fuças! O pior é que o carona só estava tentando mostrar que tinha uma imagem de São Cristóvão igualzinha ao que o tira ostentava no painel do carro. A prepotência do policial o levou a imaginar que o negro resolveria uma questão besta com um branco sacando um revólver. Viagem, né?
Ainda bem que Jim Carrey está no filme para aliviar os momentos de tensão.
Agora me perdoem os politicamente corretos pelas expressão como pretos, chinas, ticanos, viados. Quis dizer, na verdade, afrodescentes, povos orientais, imigrantes latino-americanos e homoafetivos, respectivamente. Mas, sabe como é, sou gente que nem os personagens do Crash: uma merda, mas escrotão também. Tudo de vez em quando e não necessariamente nesta mesma ordem. Ah, vai, dá um desconto!
Aproveita, quando for ver o filme, e dá uns R$ 183 ao flanelinha na saída ou convida o mendigo para jantar e dormir na sua casa por umas três semanas ou deixa a empregada doméstica descansar durante o expediente e lave a louça por ela até o próximo dia 31 de dezembro ou ainda aceite aquele seu primo afetado como um grande orgulho na família por conta das roupas fashions e rosinhas que ele usa. Será um bom exercício de tolerância, tal como Crash debate nas suas histórias entrelaçadas! Quem conseguir terá direito a prestar serviços comunitários das 5h da manhã ao meio-dia aos egressos do sistema penal, cometedores de crimes hediondos! Ah, as sessões serão no Beco do Relógio*, no bairro do Jurunas! Vai encarar?
* Área considerada de certa periculosidade pelos cadernos policiais dos jornais da cidade.
Uma canção, "Can't make a sound" (Elliott Smith).
quarta-feira, 22 de março de 2006
### por Sepúlveda Gerardo ###
Bom, senta, contrai uma gonorréia no Novo Horizonte* aí perto da tua casa, que lá vem a história. Cara, lembro alguém falando que o Ken Park, do Larry Clark (aquele do Kids), não servia nem pra bater uma punheta. Pois então. O CB é a mesma coisa. A história é a seguinte: dois caras que comem uma puta juntos, se apaixonam por ela e depois brigam pela meretriz. Eles são barqueiros. Ela, como eu já disse, uma puta. Um vira boxeador. O outro assaltante. Ela continua uma puta. E ponto final.
Bom...essa é a história. Acho que o diretor queria mostrar uma Salvador (BA) sem romance. Feia, suja, pobre, marginal. Porém, caraleo, isso já foi feito com outras cidades brasileiras retratadas em filmes como o Amarelo Manga, que mostra Recife bem escrotinha, porém tem uma história bacana pra contar. O fato é que a proposta do CB fica só na proposta, sem história, sem porra nenhuma. Até os bons Lázaro Ramos e Wagner Moura se fodem em suas atuações. O filme é tão ruim que o espectador olha e vê o Zico e o Ezequiel do Carandiru.
A puta, quer dizer, a atriz que faz a puta, é a Alice Braga, aquela sobrinha da Sônia Brega. Não sei o que fizeram com a menina, mas ela está bem escrota nesse filme, comparando com a gostosura dela em Cidade de Deus - Pausa: acho que ela só vai fazer filmes que tenham "Cidade" no título. Vou chamá-la pra atuar no meu mais recente roteiro: "Cidade Nova"**, com patrocínio da prefeitura de Ananindeua.
Penso que ela se esforçou demais pra parecer uma piva rebi-rebi. A atuação dela é tão medíocre quanto dos dois caras, com o agravante da moça parecer mais inexpressiva do que a dupla masculina. O trio acaba fazendo uma série de pseudo-cenas de sexo. Uma hora um come a putinha e o outro espera. Outra hora o outro come a putinha e o primeiro brecha. Outra hora o primeiro come a putinha enquanto o outro está todo estrupiado. Outra hora os dois vão comer a putinha e um desiste. E assim vai... até que uma hora um deles resolve assumir o caso com a vagaba, deixando o outro todo putinho, não no sentido de vender o corpo e sim de ficar bravo, com raiva.
O clima do filme com as cenas de prostíbulos baratos, os tipos escrotos do cais do porto baiano, a briga de galo, as lutas de boxe amadoras, dá a entender que vai terminar com uma morte (pelo menos). Mas, como o diretor deve ser um viadinho covarde, termina o filme com os dois, depois de uma briga de moleque de rua muito da sem graça, sendo amparado pela Karina (a putinha, claro), que chora em cima de uma bacia com água misturada com a groselha saída da cara dos amigos brigões.
Rapaz, ouvi dizer de uns “entendidos” em cinema que esse é mais um bom filme da nova safra no Brasil. Imagina quando começarem a chegar os palhas. Acho que o público no dia em que eu assisti não era dos mais afeitos a arroubos cinéfilos. A maioria ria das cenas e um, na saída da sala escura, resumiu a minha impressão: “égua do filmizinho sem graça!”.
Já não está mais em cartaz, mas está quase para chegar nas locadoras. Se quiser ficar puto, "só te digo vai"***.
Nossa, não chocavam tanto a opinião pública desde “Três formas de amar”.
* Casa da luz vermelha que fica próximo à casa de P. Nazareno, em Belém.
** Grande área de bairros do Município de Ananindeua.
*** Expressão local equivalente ao “você não pode ficar fora dessa”.
Uma canção, “I Want you” (Elvis Costello).
sexta-feira, 17 de março de 2006
- Bem, a cada 5 minutos e 23 segundos teremos une mentira no film. Mas non pode ser une mentira qualquer. Tem que ser une daquelas que ninguém pensou jamé em outro filme antes e que arranque les maiores interjeições da língua native de quem estiver assistindo! Compreendido?
- Oui, Luc! Mostre-me o roteiro – diz o diretor.
- Ainda não o escrevi, apenas defini les mentiras.
- Oui...
É isso. Senta, observa um canguru manco fugindo num pogobol e se desviando de balas disparadas por uma coruja num ultraleve, que lá vem a história... Achou um exagero? Hum, você ainda não viu nada.
Para quem não sabe, Frank Martin é um cara metódico que trabalha em seu carrão transportando encomendas de qualquer natureza mediante altos pagamentos. Para ele não importa se está carregando 50 quilos de heroína ou uma dúzia de fetos natimortos para pesquisas de células tronco, só importa entregar a mercadoria (que ele desconhece) nos locais e horários combinados. No início da segunda parte, ele é apresentado ao público de uma forma que não fará diferença se você viu o primeiro filme ou não. Em poucos minutos já se percebe que o cara é muito mais que um simples motorista comum. O fato dele ter feito parte das forças especiais (mencionado nos dois filmes), acredite, não será o bastante para tentar explicar porque ele quebra no pau todos os atores que aparecem na tela nos primeiros segundos, dirige como se tivesse um computador de bordo na cabeça e que qualquer ser humano com mais de um cromossomo X no corpo tenha vontade de dar para ele, além de outras coisas que não direi apenas para lhe dar o prazer de se espocar de rir, espraguejar de raiva, corar de indignação...e todas as variedades de reações que a história possa lhe causar.
Ele está temporariamente substituindo alguém que toma conta do filho de um figurão. Vai buscar e deixar o moleque na escola, faz brincadeiras com ele, evita as investidas da bela mãe do garoto, essas coisas básicas. Acontece que querem seqüestrá-lo e isto vai de encontro aos princípios de Frank, ou melhor, suas regras. Ele prometeu ao menino não deixar ninguém machucá-lo, então...meus pêsames para quem quebrar esta regra. Bem, é isto. O resto são as mentiras que os roteiristas imaginaram.
Uma outra coisa, que pode ser interpretado como uma observação machista da minha parte – mas eu já disse que o cara é presença, então tudo bem -, é que o filme tem cenas de ação, porrada, herói solitário, carros importados e fudidaços, mas no quesito mulherio...é uma negação! No primeiro filme ainda tinha a Shu Qi, que realmente é bela, mas... que porra é aquela? – refiro-me a Lola(Kate Nauta). Lola é uma vilã que deveria ser a mulher mais atraente e fatal do filme, e no entanto é o maior exemplo da atualidade de atriz horripilante, esmilinguida e baranga (não, não estou pegando pesado) querendo dar uma de bonitona! Porra, acharem esta mulher bonita é sem dúvida a maior de todas as mentiras do filme!
"Ainda bem que o cachê é bom, porque...vai ser escrota assim na casa do baralho!"
Quanto às outras mentiras, não revelarei nenhuma, mas prepare-se para assistir a coisas, no mínimo, inéditas – espere só até ver como Frank se livra de uma bomba no fundo de seu carro.
Jason Statham ainda não têm uma penca de filmes no currículo, mas eu ainda não vi um único papel ou filme ruim com este cara! Esperamos que em sua carreira não apareça nenhum Efeito Colateral ou O Fim dos Dias. E no caso do “Transportador”, acho que só não é ruim por causa dele – acho que nenhum outro conseguiria fazê-lo com o mesmo carisma. Eu não sentia a vontade de ser o “herói escroto do filme” desde Fuga de Nova Yorke (John Carpenter - 1981), que marcou para sempre a cara e a alma de Kurt Russell, por isso ele é tão ruim fazendo qualquer outro personagem que não seja Snake Plissken. É, Jason Statham/Frank Martin é o cara! Depois do filme eu quase entrei em uma de suas comunidade do orkut.
Nota – Apesar d’eu simpatizar com Transporter, o filme não dista muito de outros ruins do (suposto) mesmo gênero. Digo isso pelo quesito “vilania”: no 1º o culpado é um asiático inescrupuloso que trafica escravos de uma região miserável da ásia; no 2º é o cartel de drogas da Colômbia. No final das contas, é mais um filme como Bad Boys 2 e Efeito Colateral, que mostra Cuba uma imensa favela desolada que parece o cenário do próximo Mad Max e que a cocaína é a moeda local da Colômbia e as crianças trocam meia grama por pirulitos. Fazer o que né, o cinema é um bom negócio e os donos estão pouco se lixando pra isso, afinal, eles acham a Shakira um tesão é isso deve compensar.
O que foi? Alguém ficou surpreendido que usei meus conhecimentos adquiridos no curso de comunicação para mostrar minha visão crítica das coisas? Não...eu escrevi tudo isso apenas para dizer que a Shakira é um tesão mesmo.
Uma canção, "Banana Co." (Radiohead).