quarta-feira, 18 de novembro de 2009

os cinco videogames - parte 2/3

Continuação do post sobre os cinco videogames que eu tive. Segunda parte (de 3).


3) GENESIS (SEGA) - Japonês

Apesar de ter sido o "Thriller" dos videogames da época, recorde de vendas desde o lançamento, eu nunca tive um Super Nintendo. Eu estava do lado da concorrência. Em meados dos anos 90, depois que meu Nes 8-Bits ficou desabilitado, às vezes eu me arriscava em pague&jogue nas locadoras. Foi numa dessas que entrei em contato com o recentíssimo Mega Drive / Genesis – que ganhou logo o meu apreço por ter versões de fliperamas que brilharam muito na jogatina.

Adquiri um usado e muito feliz pela possibilidade de jogar Golden Axe no conforto de meu lar. Se eu soubesse que o botão “reset azul” do console significava “japonês” e se eu fosse mais esperto para saber que em terras brasileiras qualquer produto ganha automaticamente a orientação dos EUA; e mais sagaz ainda para adivinhar que a SEGA (fabricante) não criou e nunca criaria um adaptador para compatibilizar as versões... eu não teria pesadelos com a tela preta que aparecia quando eu colocava um cartucho incompatível.


As locadoras de game estavam no auge. Elas reinavam num mundo sem Internet ou mídias fáceis para dinamizar a pirataria, e naquelas que eu conhecia, a quantidade de cartuchos japoneses ou piratas (os únicos que funcionavam no meu Genesis) era reduzida. Nem preciso dizer que deixei de jogar vários títulos por conta da SEGA, que preferia criar acessórios e apetrechos absurdos para tentar salvar o console - como o Sega-Cd e o 32X (você acoplava os três, montava em cima e podia dirigir por aí) – do que criar um mísero adaptador para o japrega rodar americanos/brasileiros. O quê?! Você tem algum artifício, chave mágica, mequetrefe que faça isso hoje em dia e está jogando em casa num console original da época?!! PODE ACOPLAR NO ÂNUS, seu purista maldito! Você só chegou atrasado com esta informação para mim, pelo menos uns 15 anos.

Apesar de tudo, acho o Genesis o melhor console da SEGA, que apostou em mais dois antes de acabar com essa brincadeira e se dedicar somente a jogos; e tinha o melhor controle de todos os videogames da minha história como jogador – o de seis botões.

Quer um jogo dugaraii vééi? Vá de Comix Zone! Sketch Turner, cartunista e músico nas horas vagas, fica preso dentro de sua própria história em quadrinhos. As fases são páginas de HQ, com direito a balões, setas de indicação, alienígenas, trilha sonora de primeira e claro, muitos sopapos onomatopéicos!


Comix Zone - revolução no quesito simulação de HQ; e Golden Axe, clássico de dragão, amazona, anão, espada e magia...e nem é RPG.


4) NEOGEO CD (SNK)

Enquanto o grunge corria o mundo, nas máquinas de Arcade (fliperama é um nome muito mais legal) um certo tipo de jogo ganhou a preferência da garotada, os de PORRADA! Sim, porque nós sabemos que as brincadeiras de moleque sempre envolvem alguma babaquice e violência. Street Fighter 2, o Jimi Hendrix dos jogos de pancadaria, serviu de base e influenciou toda uma legião de jogadores e novos jogos. De lá pra cá, a expressão meia lua nunca mais significaria um quarto crescente.

Acreditando que adultos são apenas crianças que devem dinheiro, como moleque que eu era (e ainda sou)...não poderia fugir à regra, eu queria mesmo era dar muita porrada, raduquis e tsepékugis!

Quando a SNK – empresa que criava apenas 3 tipos de jogos: luta, espancamento e porrada – anunciou que seus jogos NÃO seriam mais lançados para outros consoles, somente para o dela, o Neo Geo, tive um dos piores insights da minha vida “Putz, só com um Neo Geo Cd poderei jogar The King of Fighters!”.

E fez-se o pior investimento e falta de consideração monetária com meus pais. O bagulho era mais barato que os lançamentos de 32-Bits da temporada, mas mesmo assim era caro, deve ter custado na época o preço de um Playstation 2 hoje. Mas eu era (sou) um bom filho, nunca pedia nada, e além disso, era um videogame que rodava CD, inclusive os de MÚSICA!! Fantástico!

A minha felicidade sofreu o primeiro abalo ao descobrir a velocidade de carregamento dos jogos (loading). Antes de começar cada round ou fase, você podia escovar os dentes, soltar um barro, tomar banho, dar um cochilo, voltar e o jogo ainda não tinha carregado.

Assim que ganhei o artefato, a SNK voltou atrás (lógico) e decidiu liberar seus jogos para as outras plataformas, antes de mais tarde falir de vez na produção de consoles caseiros - creio. Rapaz, acoplado a uma tv, o videogame rodava cds de áudio que era uma beleza. Aliás, essa era a melhor função desempenhada pelo Neo Geo CD.

Quanto ao “The King of Fighters”? É a série mais famosa e picareta da SNK, que reúne personagens de todos os seus jogos de luta em uma única trama de filme do Van Damme. A cada ano eles lançavam uma versão “diferente”, com mais personagens descartáveis e styles, enquanto os antigos reapareciam em versões cada vez mais styles – você monta seu time com três cabocos(as) e vai pro pau! (alguns são realmente chegados num pau). Resultado: é o jogo de porrada em que você pode escolher entre toda sorte de freaks, rockstars, emos, playboys, prostitutas e homossexuais. Já quero!





(trupe mambembe retirada daqui )



Gostou? Então calma que tá chegando o filme aí!



TO BE CONTINUED...

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