Adquiri um usado e muito feliz pela possibilidade de jogar Golden Axe no conforto de meu lar. Se eu soubesse que o botão “reset azul” do console significava “japonês” e se eu fosse mais esperto para saber que em terras brasileiras qualquer produto ganha automaticamente a orientação dos EUA; e mais sagaz ainda para adivinhar que a SEGA (fabricante) não criou e nunca criaria um adaptador para compatibilizar as versões... eu não teria pesadelos com a tela preta que aparecia quando eu colocava um cartucho incompatível.
Apesar de tudo, acho o Genesis o melhor console da SEGA, que apostou em mais dois antes de acabar com essa brincadeira e se dedicar somente a jogos; e tinha o melhor controle de todos os videogames da minha história como jogador – o de seis botões.
Quer um jogo dugaraii vééi? Vá de Comix Zone! Sketch Turner, cartunista e músico nas horas vagas, fica preso dentro de sua própria história em quadrinhos. As fases são páginas de HQ, com direito a balões, setas de indicação, alienígenas, trilha sonora de primeira e claro, muitos sopapos onomatopéicos!
Comix Zone - revolução no quesito simulação de HQ; e Golden Axe, clássico de dragão, amazona, anão, espada e magia...e nem é RPG.
4) NEOGEO CD (SNK)
Enquanto o grunge corria o mundo, nas máquinas de Arcade (fliperama é um nome muito mais legal) um certo tipo de jogo ganhou a preferência da garotada, os de PORRADA! Sim, porque nós sabemos que as brincadeiras de moleque sempre envolvem alguma babaquice e violência. Street Fighter 2, o Jimi Hendrix dos jogos de pancadaria, serviu de base e influenciou toda uma legião de jogadores e novos jogos. De lá pra cá, a expressão meia lua nunca mais significaria um quarto crescente.
Acreditando que adultos são apenas crianças que devem dinheiro, como moleque que eu era (e ainda sou)...não poderia fugir à regra, eu queria mesmo era dar muita porrada, raduquis e tsepékugis!
Quando a SNK – empresa que criava apenas 3 tipos de jogos: luta, espancamento e porrada – anunciou que seus jogos NÃO seriam mais lançados para outros consoles, somente para o dela, o Neo Geo, tive um dos piores insights da minha vida “Putz, só com um Neo Geo Cd poderei jogar The King of Fighters!”.
E fez-se o pior investimento e falta de consideração monetária com meus pais. O bagulho era mais barato que os lançamentos de 32-Bits da temporada, mas mesmo assim era caro, deve ter custado na época o preço de um Playstation 2 hoje. Mas eu era (sou) um bom filho, nunca pedia nada, e além disso, era um videogame que rodava CD, inclusive os de MÚSICA!! Fantástico!
A minha felicidade sofreu o primeiro abalo ao descobrir a velocidade de carregamento dos jogos (loading). Antes de começar cada round ou fase, você podia escovar os dentes, soltar um barro, tomar banho, dar um cochilo, voltar e o jogo ainda não tinha carregado.
Assim que ganhei o artefato, a SNK voltou atrás (lógico) e decidiu liberar seus jogos para as outras plataformas, antes de mais tarde falir de vez na produção de consoles caseiros - creio. Rapaz, acoplado a uma tv, o videogame rodava cds de áudio que era uma beleza. Aliás, essa era a melhor função desempenhada pelo Neo Geo CD.
Quanto ao “The King of Fighters”? É a série mais famosa e picareta da SNK, que reúne personagens de todos os seus jogos de luta em uma única trama de filme do Van Damme. A cada ano eles lançavam uma versão “diferente”, com mais personagens descartáveis e styles, enquanto os antigos reapareciam em versões cada vez mais styles – você monta seu time com três cabocos(as) e vai pro pau! (alguns são realmente chegados num pau). Resultado: é o jogo de porrada em que você pode escolher entre toda sorte de freaks, rockstars, emos, playboys, prostitutas e homossexuais. Já quero!
Gostou? Então calma que tá chegando o filme aí!
TO BE CONTINUED...
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