Pra quem gosta de videogame como eu, nunca ter comprado um console com o dinheiro do próprio bolso até hoje parece algo inaceitável. Nem tanto se eu considerar dois aspectos primordiais: 1) menos de dois anos atrás eu não tinha nem sequer um centavo no bolso; 2) minha história com videogames parece as noites na balada...muita azaração. Abaixo, as cinco picaretagens mágicas que fizeram parte da minha vida, seus momentos de alegria e maldições. Eu ia colocar da ordem do menos pior para o mais maldito, mas deixa estar pelo tempo cronológico, que dá no mesmo...
1) ATARI (DACTAR)
A possibilidade de interagir com quadrados coloridos fascinava os adultos da época, imagina crianças como eu. O atari sempre foi muito mais diversão, o meu nunca pifou e o vendi ainda rodando que era uma beleza. Como tudo nunca mais será o mesmo, jogá-lo (emulado num computador por exemplo) hoje em dia é mais válido como experiência e nostalgia, ou pra qualquer um que se interesse pela história dos games. River Raid, Megamania, Enduro, Pitfall, Seaquest, Frostbite, grandes clássicos, só joguei emprestados. Meu set de cartuchos era meio despintado: Boombang, Condor Attack, Berserk, Frogger e uns pornográficos (X-Man).
O game que eu achava o melhor de todos, nunca tive e não conhecia ninguém próximo que tivesse: H.E.R.O – o criador do jogo estava à frente do seu tempo. O bonequinho voava com uma hélice nas costas, plantava bombas para explodir paredes e ainda soltava laser pelos olhos – o joystick só possuia um botão. Sem contar que Hero já apresentava um sistema de estapas mais desenvolvido – uma prévia do que seria a grande diferença da próxima geração, jogos com fases, missões e final.
"There goes my HERO, watch him as he goes!" (Dave Grohl)
2) TOP GAME (CCE)
Foi aqui que meus problemas começaram. Os 8-bits da Nintendo estouraram em diferentes modelos, cores e compatibilidades. Com o TOP GAME da CCE (Comércio das Coisas Escrotas), eu pelo menos resolvia o problema da incompatibilidade entre cartuchos japoneses, americanos, adaptadores, desfibriladores...um pandemônio só. O treco já vinha com duas entradas (de todos os pinos), aceitando todos os cartuchos do sistema – perceba que isso já era muita bacanagem para a época. Fora os controles originais, cuja placa interna tinha a dureza de um biscoito cream-cracker, o TopGame tinha um futuro promissor no meu lar. Só que num belo dia...
... Ninja, cachorro do quintal, adentrou as dependências humanas e adorou o cheiro tecnológico do aparelho. Não deu outra. Território devidamente marcado e videogame ensopado de urina. Não, você não está entendendo o que é isso. Civilizações ruirão, mortos vivos invadirão o shopping, meninas serão defenestradas... mas nada se compara para um moleque à sensação de ver seu videogame vítima de goldenshower canino. Eu quis matá-lo, mas o perdoei muito antes de ele amanhecer um dia qualquer, falecido por algum mal noturno ninja.
Antes o ataque tivesse destruído o 8-Bits de vez. Eu ficaria sem videogame logo e tentaria mais uma vez me arriscar no mundo dos esportes e interações kid heterossexuais. Mas nããooooo! Depois do incidente, o amaldiçoado resolveu incrivelmente funcionar, mas SEM ÁUDIO. E sim, como viciado que eu era, eu passei boa parte dessa geração como Charles Spencer Chaplin Jr. – jogando videogame sem áudio numa televisão preto e branco – tempos difíceis aqueles. Assim que um técnico conseguiu solucionar a bronca, depois de seis meses de investigação, tratei logo de despachar o artefato a preço módico.
Dentre meu set de cartuchos estavam Tartarugas Ninja 2, Castlevania e Double Dragon 3 – além dos imãos Billy e Jimmy, dessa vez você podia jogar com um ninja e um mestre gordo chinês, viajar pelo mundo descendo a porrada do Japão ao Egito, onde enfrentaria até múmias que só tombavam de vez depois de 23 voadoras. O que mais eu poderia querer na vida?
“A presença de um cara de colete é o suficiente para perceber que a festa onde você está é uma roubada! O único lugar em que caras de colete são legais é no Double Dragon” (Loro da Doca).
Nota - A palavra "NINJA" apareceu cinco vezes durante esta postagem. Jiraya deve estar orgulhoso de mim.
TO BE CONTINUED . . .
9 comentários:
bom dia gostaria de saber onde abaixar jogos de atary master sisten e varios outros etc???
Rapaz, veio ao lugar certo. Milhões de ROMS(jogos)de todas as gerações de videogames você baixa aqui http://u.nu/95nu3
ah
sou novinha
super nintendo, beibe :)
É... sabia. Não são da minha época. hehe
Eu tive um Top Game e ele me fez muito feliz... Bem capaz de ainda estar na minha casa de MocaBeach!
inté
:*
Porra, bicho. O atari passou poucas vezes em minhas mãos, pobre da pedreira que eu era. Mas sempre foi um encantando. Enduro ainda é o único jogo de corrida que eu gosto.
Depois eu descobri as locadoras, onde os moleque com pais lisos como eu poderiam jogar a vontade até criar os calos que eu ainda tenho até hoje. Mas, isso já era uma nova era. A era Supernintedo.
Emocionei com o post.
Só não vou dizer 'gozei litros', como dizem agora, porque vai ficar escroto.
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Eu tinha o H.E.R.O!!!! \o/
Era um dos mais legais do atari!!!
isso, isso, isso. hoje um amigo meu joga HERO no celular. quem diria. =)
Gracias pela visita, Grazy.
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