Kim Suwoon não passaria de mais um japa meio galã aqui pelas ruas do Brasil, mas lá, alem de não ser japa, é um dos mais temidos funcionários do submundo criminoso sul-coreano. Ele é o braço direito de um grande chefe de uma organização criminosa de alguma coisa – onde a sede e fachada principal é um luxuoso hotel da cidade. Um belo dia, numa conversa de bar, Suwoon, único cara em que o chefe confia, é incumbido de uma simples missão, dividida em 4 partes: 1) vigiar a namorada ninfeta do patrão, que apesar de toda atenção e regalias, parece estar confraternizando com alguém mais jovem e viril; 2) Constatada a veracidade da história, avisar o chefe – que está numa viagem fora – imediatamente; 3) Ou então, constatada a veracidade da história, ele mesmo pode matar os dois; 4) Respirar fundo e pensar coisas do tipo “mas como um velho broxa e truculento desses não quer ser corno com uma namorada violoncelista gostosa que nem essa?!”.
O ângulo da câmera por cima do ombro do personagem dá um impacto a mais nas cenas! Eu não gosto de dizer isso, mas...é muito dugaraio ! Só vendo mesmo.
Mas não se trata de um filme de porrada, como só os caras que adoram filmes de porrada gostam de ver. Inclusive, esses asiáticos - como a exemplo de Takashi Miike (Ichi The Killer) e Park Chan Wook (Symphathy for Mr. Vengeance) - fazem parte do roll dos que quebram as seções de locadoras. É difícil definir um gênero, já que eles conseguem reunir humor, drama, terror e pancadaria, tudo na mesma película. “A Bittersweet Life” tem seus momentos violentos, mas que não deveriam servir para lhe subir o sangue e sair esmurrando os outros por aí. É justamente o contrário. A violência serve como um momento de reflexão sobre inúmeras situações da vida, baseada simplesmente na pergunta de Suwoon, a que muitas vezes nunca nos fazemos: “Como chegamos a este ponto?”. O filme é uma violenta história belamente contada, evidente em alguns momentos como: a trilha sonora marcante; a cena da redenção do personagem, único momento em que Suwoon sorri; e o nome da cafeteria “La Dolce Vita”, contrastando com o cenário do inferno, de tudo que a vida não deveria ser.
“-O baterista do grupo Polegar foi ao programa da Márcia porque está desempregado e não tem onde morar. Para ajudá-lo, ela lhe apresenta a filha de 15 anos que ele não conhecia!! Porra, como chegamos a este ponto?!!”